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Centro Educacional da Fundação Salvador Arena

O mel para além da sua doçura

O mel é um alimento muito nutritivo, sendo amplamente utilizado devido ao seu sabor doce característico e às suas propriedades medicinais. Antigamente, ele era tão valioso que ter uma colmeia significava possuir um bem que devia ser passado de geração para geração.

Mas você sabia que, além da qualidade nutricional, o mel também pode auxiliar no tratamento de feridas? Isso porque, embora esse item(produto) costume ser generalizado como “mel de abelha”, é possível classificá-lo quanto ao tipo de abelha que o produz, podendo ser por abelhas com ferrão (abelhas africanizadas) ou sem ferrão (os chamados Meliponíneos). Mas para saber identificar qual tipo de mel é o mais apropriado para se utilizar em um determinado contexto, é importante entender qual é a diferença entre suas composições.

O mel produzido pelas abelhas com ferrão tem uma porcentagem muito maior de açúcares do que de ácidos. Isso porque, para conservá-lo, as abelhas o desidratam, fazendo com que ele alcance altas concentrações de açúcares. Já as abelhas sem ferrão (Meliponíneos) processam os açúcares através de microrganismos presentes no próprio mel e o sintetizam, ou seja, produzem ácidos para diminuir a quantidade de açúcares nele contida a fim de conservá-lo. Isso dá ao mel de Meliponíneos uma qualidade superior ao das abelhas com ferrão, e garante suas propriedades cicatrizantes.

Falando mais sobre eles, os méis produzidos por Meliponíneos atuam impedindo a entrada de substâncias externas ou a saída de fluidos pela mucosa da pele, porque formam uma forte barreira viscosa quando em contato com o local de aplicação. Além disso, eles possuem alta eficiência antibacteriana, repelindo certos tipos de microrganismos patogênicos, como a Pasteurella multocida, que interage com a pele através da mordida de um animal infectado, a Salmonella typhimurium e a Staphylococcus aureus, ambas causadoras de infecções em ferimentos.

Assim, é comprovado que a aplicação desse tipo de mel em áreas machucadas auxilia na cicatrização do tecido lesionado por ferimentos, e evita alergias, infecções e inflamações, funcionando como um protetor epidérmico. Esse recurso é comumente utilizado pela população rural, que tem uma forte ligação com a apicultura, e já era referenciado pelos gregos, romanos, chineses e indianos desde a Antiguidade para o tratamento de lesões e até de queimaduras. E aí, já sabia dessa?

REFERÊNCIAS

CAMPOS, Antonio Carlos Ligocki et al. Cicatrização de Feridas. 2012. Artigo de Revisão (Pós- Graduação em Clínica Cirúrgica) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abcd/a/wzTtGHxMQ7qvkBbqDLkTF9P#:~:text=O%20processo%20de%20cicatriza%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9,da%20matriz%20extracelular%20dos­%20tecidos. Acesso em: 16 mar. 2024.

CAMARGO, Ingridy Mayara de. Potencial cicatrizante do mel de abelha (Apis mellifera L.) em lesões do tecido cutâneo de ratos Wistar. 2012. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Farmácia). Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel, PR, 2012. Disponível em: https://www.fag.edu.br/upload/graduacao/tcc/5153048417886.pdf. Acesso em: 16 mar. 2024.

LUCHMANN, Julio. Propriedades medicinais do mel. 2020. Ep. 132. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Xjal9bPh9tI. Acesso em: 16 mar. 2024.

MALAVAZZI, Gustavo Ricci. Efeito do Mel e do Soro Autólogo na Cicatrização do Epitélio Corneano em Coelhos. Rev. 2005.Monografia (Artigo Científico)Arquivo Brasileiro de Oftalmologia, versão online, p.68. São Paulo, 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abo/a/VCcRwqPmjp6pDTbQqwV4g3J/. Acesso em: 16 mar. 2024. SILVA, Robson Alves da et al. Composição e propriedades terapêuticas do mel de abelha. 2006. Monografia (Artigo Científico) Alim. Nutr., Araraquara, v.17, n.2, p.113-120. 2006.

• Aluna: Maria Fernanda Paulino de Brito
• Professora Orientadora: Ilana Racowski.

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