É, sem dúvidas, muito provável que você já tenha tido contato com pelo menos um dos alimentos citados neste texto. Por isso, o objetivo aqui é entender quais são essas fraudes e quais ações que você, consumidor, pode adotar para evitar a compra desse tipo de produto.
O principal motivo para a fraude em alimentos é o lucro financeiro. Geralmente, os produtos mais falsificados são os de alta demanda e baixa oferta, o que aumenta seus preços e proporciona lucros maiores aos falsificadores. Eles conseguem vender os produtos falsificados por um preço mais baixo do que o original, ganhando espaço no mercado.
Por isso, torna-se uma prática desleal; as marcas autênticas não conseguem competir em questão de preço com as falsificadas. Sabendo disso, segue uma lista de alguns dos alimentos mais fraudados do mundo.
• Azeite de oliva
O azeite de oliva é considerado um dos alimentos mais falsificados do mundo. A fraude pode ocorrer de duas maneiras principais: diluindo o azeite original com óleos vegetais mais baratos, sendo esta a forma mais comum de adulteração encontrada no Brasil. A segunda forma envolve rotular um produto de qualidade inferior como superior.
• Mel
Outro produto queridinho da falsificação é o mel. O esquema consiste na diluição do mel em outros xaropes de açúcar e, em alguns casos, nem mel tem; é apenas uma imitação do mel feita a partir desses mesmos xaropes.
• Temperos e especiarias
Um estudo da União Europeia em 2021 revelou que 1 em cada 5 dos produtos de temperos e especiarias estava adulterado, especialmente o orégano, a pimenta, o cominho, a cúrcuma, o açafrão e a páprica. As adulterações envolviam adição de ingredientes para aumentar o volume e uso de aditivos não aprovados, como corantes industriais. Produtos do mercado, com marca, tendem a ser mais caros devido ao controle de qualidade mais rigoroso em relação a contaminantes e aditivos, enquanto produtos a granel têm menos controle.
Outros produtos como carnes processadas, laticínios, bebidas destiladas e café também enfrentam problemas de falsificação. Felizmente, a fiscalização nos fornece essas informações. Abaixo, seguem algumas dicas para evitar adquirir alimentos ou bebidas falsificados.
• Comprar de marcas e fornecedores que tenham uma boa reputação
Dificilmente uma grande empresa vai querer ter um prejuízo financeiro e a reputação perdida por algum escândalo de fraude.
• Ler os rótulos
É importante verificar se a composição do produto corresponde ao esperado.
• Infelizmente, pode ser bom demais para ser verdade
Se um produto normalmente tem um preço consistente entre marcas e uma nova marca aparece com um preço significativamente mais baixo, há uma alta probabilidade de que o produto seja falsificado.
• Prefira produtos em pó embalados
Para produtos em pó, é recomendável que sejam adquiridos embalados, de uma indústria conhecida, já que eles terão uma garantia maior pelo fato da empresa ter uma reputação a zelar.
• Alimentos de origem animal com selo S.I.F – S.I.E
Os selos S.I.F (Serviço de Inspeção Federal) e S.I.E (Serviço de Inspeção Estadual) são uma garantia a mais de que a empresa ou o produto passa por inspeções e a chance de fraude é menor.
Por fim, é importante priorizar a compra de produtos que têm mais chances de serem originais sempre que possível, pois uma menor demanda por produtos falsificados diminui as chances da fraude ocorrer.
Referências
AUED, Pimentel,S et al. Azeite de oliva: incidência de adulterações entre os anos de 1993 a 2000. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 61(2):69-75, 2002. Acesso em: 17 mar. 2024.
Avanços na detecção de adulteração de mel. 2019. Food Safety Brazil. Disponível em: https://foodsafetybrazil.org/avancos-na-deteccao-de-adulteracao-de-mel/. Acesso em: 17 mar. 2024.
Fraudes em alimentos: o consumidor pode se proteger? 2017. Food Safety Brazil. Disponível em: https://foodsafetybrazil.org/fraude-em-alimentos-o-consumidor-pode-se-proteger/. Acesso em: 17 mar. 2024
Maquet, A. et al. Results of an EU wide coordinated control plan to establish the prevalence of fraudulent practices in the marketing of herbs and spices. EUR 30877 EN, Publications Office of the European Union, Luxembourg, 2021, doi:10.2760/309557.
• Autor: Diogo Morrone Bono, aluno do curso de Engenharia de Alimentos, da Faculdade Engenheiro Salvador Arena.
• Orientadora: professora Catia Palma de Moura Almeida
Hummm. Por isso que tem uns azeites que o pessoal vende de 5l com um precinho camarada.