Crescendo Juntos

Centro Educacional da Fundação Salvador Arena

Desvendando a Gramática – Parte II

Dando prosseguimento à nossa proposta de apresentar alguns esclarecimentos sobre aspectos de maior dificuldade da gramática, nesta segunda matéria vamos tratar de um assunto que sempre traz dúvidas a quem escreve: o uso da vírgula.

  • Uso da vírgula.

A vírgula serve para indicar separação de orações, pequena pausa na leitura e mudança de entonação. Vejamos um simples exemplo da necessidade deste sinal de pontuação lendo a seguinte frase, sem a vírgula: “A pessoa que estuda sabe viver melhor.” Perceba agora a diferença com o seu uso: “A pessoa que estuda, sabe viver melhor.” Observe como a ausência ou a presença da vírgula pode modificar o sentido de uma oração: a) “Os políticos que lesaram a nação durante seus mandatos serão julgados pela História.” b) “Os políticos, que lesaram a nação durante seus mandatos, serão julgados pela História”. A primeira frase indica que alguns políticos lesaram a nação; a segunda afirma que todos os políticos lesaram a nação.

Eis as principais regras para o uso correto da vírgula:

  1. a) Para enumerar termos: “A casa possuía uma sala, dois quartos, dois banheiros, uma cozinha, lavanderia e quintal.”
  2. b) Para separar vocativos: “João, saia de cima dessa árvore já!” “Brasileiros, lutai pela honra de nossa pátria.” “Meu Deus, onde estás que não respondes?”
  3. c) Para separar apostos: “O Amazonas, o rei dos rios, é um verdadeiro mar.” “Tom Jobim, o maestro da bossa nova, foi um grande ecologista.”
  4. d) Para separar palavras e expressões explicativas, retificativas ou continuativas: “Gastamos mil reais, isto é, tudo o que tínhamos.” “Ela não soube dizer, ou melhor, não quis falar.” “O processo não teve continuidade, ou seja, foi arquivado.”
  5. e) Para isolar adjunto adverbial deslocado: “O médico explicou o fato com todo o cuidado. O médico, com todo o cuidado, explicou o fato.”
  6. f) Para indicar a omissão de um verbo: “A velha senhora era pequena. O coração, grande.”
  7. g) Para separar conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia etc.): “A casa era velha, mas muito bem construída”. “Estudei muito, porém não fui aprovado.”
  8. h) Para separar locais e datas: “Em 1945, com o término da Segunda Guerra Mundial…” “No Brasil, o voto é obrigatório.” “Aquele dia, o mais terrível, jamais será esquecido.”
  9. i) Para enfatizar determinadas palavras: “Reivindicaram, principalmente, aumento de salário.” “A professora gritou, angustiada, para que ficassem em silêncio.”

Quando não se deve usar a vírgula: a) Entre sujeito e predicado: “O juiz, foi claro em sua explicação.” Forma correta: “O juiz foi claro em sua explicação.” b) Entre o verbo e o objeto: “Roberto foi fórum e tinha, planos de contar toda a verdade.” Forma correta: “Roberto foi ao fórum e tinha planos de contar toda a verdade.”

 

Caso você tenha alguma dúvida gramatical ou referente à redação de algum texto, envie-a para o e-mail crescendojuntos@cefsa.edu.br . Ela será esclarecida nesta seção do nosso blog.

Colaboração: Sérgio Martins (ex-professor do CEFSA e atual colaborador do Setor de Comunicação nos serviços de revisão de textos)

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