No artigo anterior, mencionamos as quatro etapas por nós recomendadas para se redigir um texto, qualquer que seja seu conteúdo e seu objetivo: preparação, planejamento, execução e finalização. Ainda na mesma matéria, apresentamos as explicações sobre a primeira dessas etapas, a preparação, enfatizando os procedimentos essenciais que devem ser levados em conta no início de qualquer texto escrito: o desbloqueio, que se processa por meio de um rascunho simples e descontraído, sem nenhuma preocupação quanto à estrutura e à correção gramatical. Neste capítulo, vamos concentrar nosso foco na segunda etapa: o planejamento.
Segunda etapa: Planejamento
Uma vez que você já fez um rascunho preliminar, com palavras ou frases soltas, é hora de pensar na organização das ideias. É preciso montar o texto, organizando-o em termos de prioridades, sequência lógica, paragrafação, encadeamento de ideias etc.
Um recurso muito válido nesta etapa é o “esquema de redação”. Trata-se de um simples rascunho, formado por palavras ou frases curtas, por meio do qual a pessoa ordena as ideias em termos de introdução, desenvolvimento e conclusão, as três partes fundamentais de um texto. Para facilitar, a pessoa pode usar chaves que irão abranger as palavras – ideias – em cada uma das respectivas partes da redação.
Vejamos, no exemplo abaixo, um esquema de redação sugerido para se desenvolver o tema “A Massificação da Informação no Século XXI”:
- Os primeiros sinais de comunicação
Introdução
- Os primeiros sinais de comunicação
- Pinturas rupestres
- Comunicação na Idade Média
- Gutemberg: início da imprensa
Desenvolvimento
- O incremento da leitura no séc. XIX
- Livros e revistas no séc. XX
- Outros meios de comunicação: cinema, TV, internet
- A propaganda
- O que é massificação
- O poder político e econômico influindo na comunicação
Conclusão
- Situação atual da comunicação
- A globalização
- Manipulação das informações
- Necessidade de se selecionar informações
Como se pode facilmente observar, o esquema apresenta uma sequência de ideias já colocadas em ordem, faltando apenas desenvolvê-las. Para a pessoa que escreve, ele funciona como se fosse um mapa que deve ser seguido passo a passo, redigindo-se sobre cada item assinalado. E, sem dúvida, facilita enormemente a tarefa do autor. Pode ocorrer, ao terminarmos o esquema, de surgirem em nossa mente novas ideias que darão margem a outros itens. Como o esquema é flexível, basta incluí-los em seus devidos locais, ou retirar outros menos importantes, substituindo-os pelos novos.
Não existem normas para a elaboração do esquema de redação. Ele tanto pode ser feito com algumas palavras, como com pequenas frases ou até abreviaturas. No entanto, ele precisa obedecer às três partes fundamentais da boa redação técnica e manter uma ordem sequencial lógica, de forma a garantir a coerência do texto. Afinal, é sua principal função.
No próximo artigo, colocaremos em destaque a terceira etapa destinada à produção de um texto: a execução.
Colaboração: Sérgio Martins (ex-professor do CEFSA e atual colaborador do Setor de Comunicação nos serviços de revisão de textos)