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Para onde vai a taxa de juros?

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os membros decidiram de maneira unânime reduzir 0,75 pontos da Taxa Selic, nossa taxa básica de juros, passando para 3% ao ano. Mas esse não é o menor patamar histórico.

Em novembro de 1997, o mesmo comitê anunciava uma taxa de juros de 1% ao ano, mas durou pouco, pois 3 meses depois a taxa passava para 34,5% ao ano. Desde então, essa taxa variou muito, de maneira volátil até que novas políticas monetárias fossem estabelecidas em busca de uma harmonia econômica.

Em 04 de março de 1999, a taxa atingiu o maior patamar da história, 45% ao ano, o que foi corrigido nos meses subsequentes em busca de novamente controlar a inflação que tinha sido promessa de campanha do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Natural, uma vez que o real ainda era uma moeda nova e muito trabalho havia de ser feito.

Fonte: https://www.bcb.gov.br/

Olhando para as projeções do gráfico acima fica a pergunta: diante de tantos altos e baixos, para onde vai a taxa de juros em 2020?

O Copom já deixou claro em sua última ata, publicada em maio, que irá considerar o impacto do COVID-19 nas próximas projeções, sendo assim, podemos projetar mais quedas na taxa? Seria o caso de nos tornarmos um país com políticas monetárias parecidas com a do Japão ou dos EUA?

No item 23 da ata, o Copom diz: “Para a próxima reunião, condicional ao cenário fiscal e à conjuntura econômica, o Comitê considera um último ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19”.

Como tenho dito em posts anteriores, vivemos uma política monetária expansionista, neste cenário, o governo tem como foco reduzir a taxa de juros, mas o agravante do momento é que o Brasil é um país com déficit primário (não temos condições de quitar os gastos do governo com a arrecadação de impostos) e isso poderá significar uma possível impressão de moeda, o que acarretará em inflação a longo prazo, a mesma inflação que foi combatida no governo de FHC.

Ainda existe um quadro que demonstra que, com o aumento do desemprego, os preços dos produtos também poderão ser corrigidos. Neste caso, um governo que possui dívida interna ainda terá que auxiliar o povo que não possuirá renda.

Se seguirmos o exemplo dos EUA, a resposta então seria reduzir a taxa de juros a patamares perto de 1%. Realizamos uma projeção conforme demonstra o gráfico abaixo:

Caso se confirme esta projeção, poderemos atingir esses níveis nos próximos meses. Esta medida poderia conter a inflação a curto prazo, todavia parece que o governo e o ministério da economia terão um árduo trabalho para conter os impactos do COVID-19.

Enquanto isso, permanecemos realizando as políticas de segurança e seguindo as orientações dos órgãos da saúde.

 

 

Colaboração: Eduardo Cezar de Oliveira (Professor da FTT)

Graduado em Administração

Mestre em Contabilidade

Doutorando em Finanças

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