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Centro Educacional da Fundação Salvador Arena

Dia Internacional da Mulher: da origem operária à luta atual

A data de 8 de março carrega consigo uma trajetória de luta e persistência por igualdade de gênero, luta essa que perdura desde meados de 1910. De acordo com dados do IBGE de 2018, a porcentagem da população é de 48,3% de homens e 51,7% de mulheres, e mesmo sendo a maioria na população, elas ocupam poucos cargos de liderança nas empresas, por exemplo. Essa data é a oportunidade de discutir questões relevantes e persistentes quando se trata de direitos e igualdade de oportunidades.

É difícil determinar exatamente os motivos que levaram à oficialização do dia 8 de março, mas teóricos dizem que em 1910 a proposta de oficializar um dia da mulher já tinha sido colocada em pauta por Clara Zetkin, professora, jornalista e parlamentar alemã. Clara propôs, na “Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas”, que fosse estabelecida uma data para que houvesse uma mobilização mundial de luta e reivindicação de condições de trabalho melhores visto que mulheres e crianças trabalhavam por um período maior e ganhavam menos se comparadas aos homens; já nos Estados Unidos, ocorria a questão do sufrágio; e foi nesse contexto que a proposta aconteceu.

Em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) determinou que  8 de março seria o Dia Internacional da Mulher, tendo em vista as diversas reivindicações femininas que ocorreram nessa data ao longo dos anos e pelo fato de terem ocorrido / que ocorreram em diversos contextos sociais e políticos. Tais reivindicações provinham de campanhas dentro do movimento socialista. Exemplos de alguns acontecimentos que construíram esse histórico foram:

  • Em 26 de fevereiro de 1909, em Nova Iorque, houve uma passeata que contou com cerca de 15 mil mulheres que marcharam pelas ruas da cidade por melhores condições de trabalho, as quais, na época, trabalhavam 16 horas por dia e 6 dias por semana. Devido a este fato, teria sido comemorado, pela primeira vez, o “Dia Nacional da Mulher” americano;
  • Já na Europa, os movimentos nas fábricas também estavam em constante crescimento; exemplo foi o 8 de março de 1917, no qual mulheres que trabalhavam na indústria têxtil entraram em uma greve geral e pediram apoio aos metalúrgicos, momento esse que, historicamente, é o marco da segunda fase da Revolução Russa; o protesto de fato, no calendário russo, ocorreu em 23 de fevereiro, porém no calendário gregoriano – que os soviéticos adotaram em 1918 – era dia 8 de março;
  • Aqui no Brasil, o momento marcante e de grande manifestação pela população feminina foi o 8 de março de 1964, no qual mulheres protestaram contra os militares.

Atualmente, no Brasil, a data é marcada por diversos protestos nas cidades do país: reivindicações que abordam equidade salarial e repudiam todos os tipos de violência contra a mulher. Além disso, é de extrema importância que, principalmente nesse momento, seja dada voz àquelas que têm alguma mensagem a transmitir aos demais. Se hoje se discute esse tipo de pauta é porque houve uma certa evolução na sociedade, mas, infelizmente, não se está(estamos) nem perto de conseguir sanar os problemas; por isso, a luta é constante e exige a mobilização de todos.

A data não foi criada com intuito comercial como muitos outros eventos comemorativos; esse é o momento, não de comemorar, mas de lembrar e cada vez mais falar sobre as questões que ainda colocam a mulher alguns patamares abaixo dos homens.

Colaboração: Thifany Costa (aluna da FTT do curso de Administração)

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