É fato que, ao longo das gerações, a humanidade buscou sempre evoluir e se desenvolver para facilitar a forma com que se vive na sociedade. A Internet das Coisas (IoT) surgiu como uma das mais transformadoras inovações tecnológicas do século XXI, redefinindo a maneira como interagimos com o mundo ao nosso redor, permitindo que itens como eletrodomésticos ou veículos coletem e troquem dados de forma autônoma (VALENTE; VANDER, 2014). Era de se esperar que o homem buscasse utilizar essa tecnologia para reestruturar o ambiente em que ele vive, portanto, faz-se necessário compreender as vantagens e desvantagens do uso de IoT para a criação de cidades inteligentes e suas aplicações.
Uma importante aplicação da Internet das Coisas nas cidades inteligentes são os sensores de monitoramento de tráfego. Esses sensores são conectados a uma rede de IoT e permitem a coleta e análise em tempo real de dados sobre o fluxo de veículos, congestionamentos e padrões de tráfego (JÚNIOR; TEÓFILO, 2023). Esses dados são processados e analisados recebendo uma resposta automática que visa otimizar o controle de semáforos, minimizar congestionamentos, melhorar a eficiência do transporte público e a segurança, transformando para(tornando) melhor a mobilidade urbana nas cidades inteligentes. Além disso, outra aplicação no ambiente urbano que pode auxiliar no funcionamento geral das cidades são câmeras de segurança conectadas a uma rede IoT. Essas câmeras, integradas a uma rede de sensores e sistemas de análise de dados, permitem monitoramento em tempo real de áreas públicas e privadas, proporcionando uma vigilância contínua e eficiente (FERREIRA; DANNIELLY, 2023). Através da IoT, as imagens capturadas são transmitidas instantaneamente para centros de controle, onde algoritmos avançados podem identificar comportamentos suspeitos e alertar as autoridades rapidamente. A cidade do Rio de Janeiro testou uma central de monitoramento que integra mais de 30 agências municipais e estaduais, permitindo a supervisão da cidade durante 24 horas, utilizando sensores e câmeras para gerenciar áreas críticas como tráfego e segurança, garantindo uma resposta rápida em situações de emergência. Os resultados incluem uma comunicação eficiente com a população e uma operação colaborativa entre diferentes órgãos, fortalecendo a gestão urbana e a segurança pública.
Entretanto, o uso de IoT para o desenvolvimento de cidades inteligentes, apesar de promissor, apresenta diversas desvantagens significativas. Primeiramente, questões de privacidade e segurança devem ser analisadas com cuidado, pois a vasta quantidade de dados coletados pode se transformar em um alvo para ataques cibernéticos, exigindo medidas de proteção para evitar comprometimento de informações sensíveis da população, a que apenas responsáveis tenham acesso (LEMOS; ANDRÉ, 2013). Ademais, há preocupações com a desigualdade e inclusão, pois a implementação dessas tecnologias avançadas pode aprofundar desigualdades existentes se não for acompanhada de esforços para garantir que todos os setores da população se beneficiem igualmente. Esses obstáculos devem ser cuidadosamente considerados para garantir que as cidades inteligentes não apenas ofereçam avanços tecnológicos, mas também sejam inclusivas e seguras para todos os seus cidadãos.
Em conclusão, a implementação da Internet das Coisas (IoT) em cidades inteligentes oferece benefícios significativos como, por exemplo, a melhoria da mobilidade urbana e da segurança através de sensores e câmeras conectadas. No entanto, é crucial abordar desafios relacionados a privacidade, segurança e igualdade para garantir que essas tecnologias avancem de forma inclusiva e segura. Ao enfrentar essas questões de maneira proativa, é possível aproveitar o potencial transformador da IoT enquanto se minimizam os riscos e se promovem cidades mais equitativas e eficientes para todos os cidadãos.
Referências:
SANTIAGO, M. R.; PAYÃO, J. V. Internet das coisas e cidades inteligentes: tecnologia, inovação e o paradigma do desenvolvimento sustentável. Revista de Direito da Cidade, v. 10, n. 2, p. 787-805, mai. 2018. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/rdc/article/view/31207> Acesso em 18 set. 2024.
TOMÁS, G. H. R. P. Uma arquitetura para cidades inteligentes baseada na internet das coisas. Universidade Federal de Pernambuco. Dissertação de mestrado. Fev. 2014. Disponível em <https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11501> Acesso em 19 set. 2024.
BELMIRO, J. N.; CRISOMAR, L. S.; SERRALVO, F. A. Revisão sistemática de cidades inteligentes e internet das coisas como tópico de pesquisa. FGV EBAPE Cadernos. v. 17, n. 4, p. 1115-1130, out./dez. 2019. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/cebape/a/mBqjGxPSbRKPsXcS99z8LrD/?format=html&stop=next&lang=pt> Acesso em 19 set. 2024.
FERREIRA, D. L. S.; NOVAES, M. N.; MACEDO, F. G. L. Cidades inteligentes e inovação: a videovigilância na Segurança Pública de Recife. Caderno Metrópole. V. 25, n. 58, p. 1095-1122, set./dez. 2023. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/cm/a/BgjpbJwnDqq3wNzVFPsJ8Zz/?format=pdf&lang=pt> Acesso em 20 set. 2024.
• Autores: Júlio César Moreira Pereira, Lucas Guedes Pereira e Pedro Henrique Mateus Ribeiro, alunos do curso de Engenharia de Controle e Automação, da Faculdade Engenheiro Salvador Arena
• Orientadora: professor Lucas Demetrius Augusto
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