Desde 1977, após uma instituição feita pela Organização das Nações Unidas, a ONU, de maneira oficial, o mundo comemora em março o Dia Internacional da Mulher. Essa data, mais do que um dia de prestígio para esse grupo social, é uma lembrança das conquistas realizadas pelas mulheres ao longo dos anos. Destacaremos os avanços obtidos por esse grupo no âmbito da tecnologia, abrangendo dos desafios enfrentados a casos de profunda inspiração para as meninas da nova geração.
De acordo com a revista Exame, o mundo da tecnologia é predominado por homens; contudo, ao analisar o passado, temos diversos nomes de mulheres que, com seus avanços, mudaram o curso da tecnologia. Uma delas é Ada Lovelace, que viveu entre 1815 e 1852 na Inglaterra, e é conhecida por ser a primeira programadora da História.
A primeira mulher da História a receber um doutorado na área da computação foi a Irmã Mary Kenneth Keller, uma freira nascida em 1913 nos Estados Unidos. Ela atuou como cientista da computação, e lutou muito pela inclusão feminina na indústria da tecnologia e foi auxiliadora de um projeto muito importante sobre uso de computadores desde a infância.
Outra personagem é Grace Murray Hopper, creditada pela popularização dos termos “bug” e “debug”. Já no campo da Engenharia, Edith Clarke formou-se em 1918 pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, MIT, e foi a primeira mulher a se graduar em Engenharia Elétrica no mundo. Contudo, isso não garantiu a isenção dos desafios para as mulheres em nossa sociedade.
Mesmo representando mais de 50% da população brasileira, de acordo com o IBGE (2022), por que ainda somos minoria em carreiras nas áreas de exatas e de ciências? Alguns pontos juntos conseguem justificar esse infeliz fato, como: a falta de incentivo desde a infância, a falta de representatividade e a exclusão digital a que as jovens são submetidas. Entretanto, mesmo aquelas capazes de romper com essas primeiras barreiras, quando chegam ao mercado, ainda precisam lidar com a desigualdade salarial, o preconceito e a subestimação das capacidades.
Felizmente, existem alguns projetos que buscam incentivar a participação feminina na tecnologia; temos como exemplo o projeto Minas Programam que foi criado por três mulheres na região de São Paulo, e hoje impactam o país inteiro. Sendo a área de TI muito ampla, é comum que, no início, as ingressantes se sintam perdidas sobre o que seguir. Porém, além da sensação do desconhecido, as mulheres sofrem um impacto ainda maior, uma vez que não são expostas às mesmas oportunidades que os homens. Desse modo, o projeto busca romper com a barreira da representatividade feminina além de oferecer apoio para o início de carreira de outras meninas na programação.
Outro projeto é o Black Girls Code, que envolve meninas negras com educação e programação. O local de sua criação foi São Francisco, na Califórnia. Além de cursos, o programa ainda conta com atividades comunitárias. Desde 2011, elas fazem parcerias com escolas, organizações locais e pessoas voluntárias que se dedicam a oferecer apoio presencial, e até mesmo virtual, para crianças e jovens de 7 a 25 anos. Ainda que as mulheres sejam minoria nas lideranças no presente, a tendência é que nos próximos anos haja um aumento da participação e interesse feminino pela indústria da tecnologia, de acordo com a revista Forbes. Algumas empresas estão empenhadas em atrair e desenvolver mulheres para cargos de liderança. Com essas medidas, testemunharemos o aumento da presença das mulheres nas empresas no setor tecnológico.
Como escreveu a ilustre Clarice Lispector, “Liberdade é pouco, o que eu quero ainda não tem nome.”; em nosso país, mulheres podem votar, podem ir e vir, podem engravidar, trabalhar, dirigir, casar e estudar. Podem ser médicas, engenheiras, artistas, programadoras, legisladoras, professoras e presidentas, mas ainda nos falta muita coisa. Por isso, cabe a todos a responsabilidade de garantir a verdadeira liberdade para as mulheres, fazendo com que elas tenham a mesma valorização que os homens no mundo da tecnologia e em todos os outros campos do conhecimento humano.
BLACK GIRLS CODE. We Are Bgc – Org: We Are Bgc, 2016. Disponível em: https://www.wearebgc.org/. Acesso em: 03 abr. 2023.
INBEC. Edith Clarke: A Primeira Engenheira Eletricista e Professora de Engenharia Elétrica do Mundo. Inbec – Carreira: Inbec, 2020. Disponível em: https://inbec.com.br/blog/edith-clarke-primeira-engenheira-eletricista-professora-engenharia-eletrica-mundo. Acesso em: 16 mar. 2024.
EXAME, Redação. Homens ocupam 70% dos cargos digitais e de tecnologia no Brasil, aponta levantamento. Disponível em: https://exame.com/tecnologia/homens-ocupam-70-dos-cargos-digitais-e-de-tecnologia-no-brasil-aponta-levantamento/. Acesso em: 03 abr. 2024.
IBGE. Homens e mulheres. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/criancas/brasil/nosso-povo/19625-numero-de-homens-e-mulheres.html. Acesso em: 03 abr. 2024.
UFMG. Lovelace: A Primeira Programadora da História. Espaço do Conhecimento – UFMG: UFMG, 2023. Disponível em: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/ada-lovelace-a-primeira-programadora-da-historia/#:~:text=Augusta%20Ada%20Byron%20King%2C%20atualmente,algoritmo%20de%20computador%20da%20hist%C3%B3ria. Acesso em: 15 mar. 2024.
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CANAL TECH. Mulheres Históricas: Irmã Mary Kenneth Keller, Pioneira Na Ciência Da Computação. Matérias – Internet: Canal Tech, 21 jul. 2016. Disponível em: https://arquivo.canaltech.com.br/internet/mulheres-historicas-irma-mary-kenneth-keller-pioneira-na-ciencia-da-computacao-74111/. Acesso em: 03 abr. 2024.
MERCADO & CONSUMO. Mulheres na Área de Tecnologia: Quais as Perspectivas para o Futuro. Destaque do Dia: Mercado & Consumo, 09 mar. 2022. Disponível em: https://mercadoeconsumo.com.br/09/03/2022/artigos/mulheres-na-area-de-tecnologia-quais-as-perspectivas-para-o-futuro/?cn-reloaded=1. Acesso em: 17 mar. 2024.
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PURO GEEK. Programador trabalhando no computador. 2020. Imagem online. Disponível em: https://www.puro-geek.com/2020/07/05/10-cualidades-que-un-programador-debe-desarrollar-para-ser-efectivo/#gsc.tab=0. Acesso em: 03 abr. 2024.
• Autoras: Ana Marta, Maria Eduarda e Nadielly, alunas do curso de Engenharia de Computação, da Faculdade Engenheiro Salvador Arena.
• Orientadora: professora Leide Aparecida Vieira.