Ao longo do tempo, as redes sociais têm evoluído significativamente em termos de funcionalidade, alcance e impacto cultural. O sucesso comercial dessas plataformas começou a se consolidar com o surgimento de sites como MySpace (2003), LinkedIn (2003) e, posteriormente, Orkut (2004) e Facebook (2004). Atualmente, existem milhares de redes sociais ativas, introduzindo novos recursos e formas de interação que moldam a maneira como as pessoas se comunicam, compartilham informações, constroem relacionamentos e consomem mídia.
No entanto, você já parou para refletir sobre o papel das redes sociais em nossas decisões de compra? Mesmo que pareça apenas entretenimento, essas plataformas desempenham um papel significativo na maneira como tomamos decisões, muitas vezes influenciando-nos de forma inconsciente. Uma área em que isso é particularmente evidente é nas avaliações de produtos. Para elaborar este texto, foi conduzida uma pesquisa, abordando questões sobre a influência das redes sociais nas decisões de compra.
A verdade é que, querendo ou não, ao estarmos inseridos nesse meio digital, estamos suscetíveis a influências de diversas formas, inclusive quando não estamos buscando informações que nos influenciem diretamente. Por exemplo, 61% dos entrevistados afirmaram procurar avaliações nas redes sociais “sempre ou quase sempre”, antes de adquirir um produto ou experimentar uma marca, demonstrando uma confiança significativa (85,2%) nessas opiniões. O YouTube, uma plataforma de compartilhamento de vídeos on-line, foi o canal preferido para busca, seguido pelo Instagram e pelo TikTok, respectivamente. Outras redes como Google, Reclame Aqui e Twitter (agora denominado X) também foram mencionadas.
Com um alcance massivo e a capacidade de criar conteúdo autêntico e envolvente, o Instagram é considerado uma das plataformas mais influentes para os chamados “influenciadores”. Eles impactam diretamente nas decisões de compra de seus seguidores, seja recomendando produtos ou compartilhando experiências pessoais, o que gera interesse e impulsiona as vendas das marcas, conhecidas como “publis”. Um dado interessante da pesquisa aplicada revelou que, das 115 respostas obtidas, 95 afirmaram ter adquirido um produto ou experimentado uma marca com base em opiniões de terceiros, independentemente da fonte da informação.
Além disso, é inegável o impacto das redes sociais no processo de compra, na descoberta de produtos e na criação de uma possível relação entre cliente e empresa. Já notou a Netflix, o Burger King ou o McDonald’s interagindo com seus clientes nos comentários de suas publicações? 99% dos entrevistados afirmaram valorizar essa interação, considerando-a importante para despertar interesse por novos produtos.
Além de tudo o que foi mencionado, os algoritmos de engajamento desempenham um papel crucial. Esses algoritmos são conjuntos de regras e processos matemáticos usados pelas plataformas de redes sociais para determinar quais conteúdos são apresentados aos usuários, com o objetivo de maximizar sua interação e envolvimento. Isso significa que o conteúdo que visualizamos é filtrado e personalizado com base em nossos interesses, comportamentos passados e interações anteriores. Portanto, é quase impossível escapar desse mundo digital que nos envolve. No entanto, é crucial estarmos cientes desse poder e utilizá-lo a nosso favor, fazendo escolhas conscientes e não nos deixando levar apenas pela tendência do momento. Devemos ter em mente que as redes sociais são projetadas para gerar engajamento e influenciar as decisões de compra. No que diz respeito aos influenciadores, muitas recomendações são motivadas por interesses comerciais. Devemos também considerar que, quanto mais consumimos conteúdo sobre um determinado tema, mais as redes sociais nos recomendarão conteúdos semelhantes, incentivando-nos a avaliar criticamente o que consumimos.
• Autora: Priscila Thais Alves Pereira, aluna do curso de Administração, da Faculdade Engenheiro Salvador Arena.
• Orientadora: professora Andréa Firmino de Sá.
Parabéns Pri! O texto ficou ótimo!!!