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Centro Educacional da Fundação Salvador Arena

Desvendando a Gramática – Parte XI

No capítulo anterior, contemplamos a concordância verbal. Neste, vamos tentar transmitir algumas dicas referentes à concordância nominal, de modo a não sobrecarregar os leitores com normas gramaticais complicadas ou herméticas. Como já dissemos diversas vezes em nosso blog, o objetivo deste curso é esclarecer e facilitar o entendimento dos fatos gramaticais, e não confundir aqueles que buscam esse conhecimento.

A regra geral da concordância nominal é simples: deve haver concordância em gênero (masculino ou feminino) e número (plural ou singular) entre o substantivo e os componentes gramaticais que o acompanham: artigo, pronome, numeral e adjetivo. Exemplos: “os mamíferos”, “esse mamífero”, “dois mamíferos”, “belo mamífero”, “as mulheres”, “aquela mulher”, “duas mulheres”, “bela mulher”.

Casos particulares – com as seguintes palavras e expressões:

  1. É proibido, é necessário, é bom, é preciso, é permitido: nesses casos, o adjetivo permanece no singular e no masculino, mantendo-se invariável quando não há a presença de artigos ou outros determinantes do substantivo: “É proibido visitação durante o horário de expediente.” ”É necessário respeito e tolerância para se viver em sociedade.” “É proibida a visitação durante o horário de expediente.” ”São necessários muito respeito e muita tolerância para se viver em sociedade.” “É bom pimenta com sal na salada.” ”Não é permitido bebida alcoólica neste recinto.” ”É permitida a entrada de menores de idade.”
  2. Anexo, obrigado, mesmo, incluso, quite, próprio: essas palavras são adjetivos e, portanto, devem concordar com o nome a que se referem: “Leia atentamente os documentos anexos.” (Obs.: a expressão em anexo é invariável: “Os documentos em anexo devem ser arquivados.”) ”Muito obrigadas, responderam as enfermeiras.” ”As crianças mesmas pintaram o muro.” “Estou quite com o serviço militar.” ”Estamos quites com a Justiça Eleitoral.” ”As próprias professoras fecharam a escola.”
  3. Bastante, caro, barato, muito, pouco, menos, longe e meio: estas palavras, quando funcionam como advérbios, são invariáveis, mas quando atuam como adjetivos devem concordar em gênero e número com o substantivo: “Há bastantes alunos interessados na palestra.” “Essas compras ficaram muito caras.” ”Aqueles livros custam caro.” ”Vamos comprar aqueles carros baratos.” ”Houve menos confusão no segundo dia.” ”Minha avó anda meio” ”Comprei meia entrada.” ”A casa fica longe daqui.”
  4. O mais… possível, os mais… possíveis: nestes casos, a palavra “possível” concorda com o artigo que inicia a expressão: “Ele usou argumentos o mais fáceis possível.” ”Ele usou argumentos os mais fáceis possíveis.”
  5. Só , sós, a sós: a palavra “só” como adjetivo concorda em número com o termo a que se refere. Como advérbio, significa “apenas, somente” e é invariável. A expressão “a sós” é invariável: “Estou só.” (adjetivo) ”Não estamos sós.” (adjetivo) “O presidente conversou a sós com o chefe da missão.”
  6. Mais de um substantivo + adjetivo: deve-se observar se o adjetivo está antes ou depois do substantivo. Se estiver antes, deve concordar com o substantivo mais próximo: “Que delicado traço e coloração têm essa pintura!” Porém, se os substantivos forem nomes próprios ou relacionados a parentesco, o adjetivo deve estar sempre no plural: “Os talentosos Tom Jobim e Elis Regina gravaram um disco histórico.” ”As belas mãe e filha apresentaram-se no palco.” Se o adjetivo vier depois do substantivo, existem duas formas de se realizar a concordância nominal de forma correta: a) Concordar com o substantivo mais próximo: “O cão e a gata manhosa ficaram abandonados.” ”A gata e o cão manhoso ficaram abandonados.” Outra opção é concordar o adjetivo com todos os substantivos, colocando o adjetivo no plural. “O cão e a gata manhosos ficaram abandonados.” ”A cobra e a aranha perigosas atacaram o menino.” ”O boi e o cavalo bravos foram separados do rebanho.”

Obviamente, existem muito mais regras sobre esse tema, porém, àqueles que desejam mais informações a respeito, sugerimos consultar um livro de gramática conceituado que tratará do assunto com maior profundidade.

 

Colaboração: Sérgio Martins (ex-professor do CEFSA e atual colaborador do Setor de Comunicação nos serviços de revisão de textos)

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